No jardim da casa do mar. Ela espera. Avança e logo pára. Ela não pára nunca. Ela embate contra os muros metálicos do jardim. Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até ao princípio do caminho e depois recomeça. Avança na direcção da casa. Ela escuta. Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar. Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ela inventa. As mulheres olham-na. Esperam. Elas vêm os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca. Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver. O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça.
Olga Roriz