I
Agora já é tarde. Quero silêncio. Queria silêncio. A distancia. As saudades. Já esqueceste?
II
O silêncio que deixaste instalado no canto do sofá, sufoca-me!
III
Esta pequena janela, por ti feita ternura, está agora inerte, silenciosa, embaciada,...
IV
Ai! Este silêncio onde agora me deito. Mortalha antecipada.
V
De dentes serrados passo as horas doridas de tanto silêncio.
VI
Quando o silêncio se instala de casa cheia, ou dormimos ou estamos mortos.
VII
Ao meu lado, ouço apenas o eco do meu próprio silêncio.
VIII
Esse maldito silêncio descansa aos meus pés como um cachorro velho.
IX
Silencio-me no turbilhão das minhas ideias
X
Hoje acordei sem silêncio no peito. Deixei queimar a pele no duche para me certificar que existia.
XI
Há o silêncio bom e o mau. O que vem após um suspiro de prazer ou um grito de raiva.
XII
E que tal uns tampões de cera nos ouvidos. É um barulho ensurdecedor!
XIII
Onde estás?... Não deixes que o silêncio se instale nos nós dos dedos, ao canto da boca, no fundo dos olhos, nos cabelos, no peito, no colo,...
XIV
O silêncio não existe. Ou melhor, existe antes e depois de nós!