19 de fevereiro de 2008

Lille-Lisa Hannigan



devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgávamos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
e idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.

José Luis Peixoto, in A casa, A Escuridão

2 comentários:

Anónimo disse...

acho que vou ser presa à conta deste post.

um dia apanham-me...

a música ainda não está editada e eu já a canto.

Anónimo disse...

e também à conta deste post esqueci-me de ver as donas de casa desesperadissimas!

bolas!