19 de abril de 2008

Bibo no Aozora - Ryuichi Sakamoto



Não sei como dizer-te que minha voz te procura e a atenção começa a florir, quando sucede a noite esplêndida e vasta. Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos se enchem de um brilho precioso e estremeces como um pensamento chegado. Quando, iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado pelo pressentir de um tempo distante, e na terra crescida os homens entoam a vindima - eu não sei como dizer-te que cem ideias, dentro de mim te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
- E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.

Herberto Helder

5 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que me assustei. Pensei que ias escrever Bibo Porto... Ufa!

Anónimo disse...

sua tonta tosta. :)


mas diz-me, leste as palavras? e a música?


"...eu nao sei como dizer-te que cem ideias, dentro de mim te procuram."

nao a ti, tostinha, a ideia de procurar, com cem ideias. a procura.

Anónimo disse...

tanto que eu procuro.

e o tempo passa.

me.

imo disse...

Não sei como (me) dizer,
o tempo que (te) passa
ou o vento que alivia
a solidão de uma tocha a arder
no meio da noite
em que me tornei.

rosa disse...

sempre lindas as tuas palavras-gestos.

espero que estejas bem.

volta sempre menina de papel.

saudades.