Equação luminosa
Tirei ao ar um pedaço de luz. Abri
a caixa da estrofe e meti-o lá dentro. Depois,
despejei as palavras do poema para o
meio da luz, agitei a caixa, e vi
o brilho das vogais derramar-se pelas
consoantes, as sílabas soltarem
súbitas cintilações, ecos de lume
abafarem a sombra das consoantes.
Quando acabei, pus o caderno aberto
sobre a mesa, abri a caixa, deitei o
que lá estava sobre o papel e fiquei com
um poema luminoso nas mãos.
Nuno Júdice
3 comentários:
um pedaço de luz
ecos de lume
nas mãos.
os dias claros e luminosos chegaram.
e veio-me à saudosa memória um tempo em que experimentei ser dadaísta.
o poema (em quadrinhas) resultou muito pouco luminoso, mas a culpa não foi minha...
este nuno é um ponto
para fazer tudo nao preciso de tanto
bastam-me os dedos
e o sorriso
a primavera nasce :)
bom verão
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