(…)
a noite cai
semelhante a uma fadiga
que lhe baralhasse a memória;
um pouco de sangue
persiste do lado do poente.
repentinamente
ressoam tímbalos, como se a febre
os fizesse chocar
dentro do seu coração:
contra sua vontade,
um longo hábito levou-a de volta ao circo,
à hora onde todas as noites ela luta
contra o anjo da vertigem.
uma última vez
enche-se daquele cheiro de animal selvagem
que foi o da sua vida,
daquela música enorme e desafinada
como é a do amor.
(…)
Marguerite Yourcenar
7 comentários:
Pas de deux.
isto está brutal.
não sei se é do amor, mas sei as lutas que "ela" trava.
sei que tu percebes, Plim-Plim.
magnífico.
que ventos te levaram, rosa?...
um gesto de saudade.
Ando pouco musical.
Gosto que cá voltes.
:)
(Pensando bem, é exigir muito, dada a pasmaceira que por aqui imepera.)
o teu sítio é, para mim, de passagem obrigatória. sempre. apesar de nem sempre o assinalar.
continua(-nos).
Enviar um comentário