10 de fevereiro de 2011

The World (Is Going Up In Flames)



Alguém há-de saber de tanto fôlego junto. Basta a mão direita para quebrar a água misteriosamente, a mão para devolver-me á fonte. Não é preciso que seja raiada, essa pessoa Leve e potente, só que finque no meio da dança um pau em brasa com a floração: quero que me pare, que me abra. que use a chave da minha obscuridade. Antes de me terem chamado com água dentro da pedra, gosto amargo, unhas e dentes. A seda com que teci a malha entre pedaços humanos: membros criando um espaço, respiradouros, anéis rudes nas cabeças, uma beleza viva. Alguém há-de tocar-me com um dedo, alguém há-de pôr-me um selo.


 H.H.

6 comentários:

rosa disse...

Não consigo deixar de me ver nas palavras dele.

E danço sozinha.

imo disse...

Vejo que ainda tenho muito para descobrir em Herberto Helder...
;)

p disse...

acho que nunca dançamos sozinhos : só se dança com a alma dentro.

[: alguém]

rosa disse...

Ele é uma devastação inteligente com malmequeres fabulosos e ouro por cima, Menina de papel.
:)

Estava a ver este filme muito serenamente, com algum interesse, quando a música começou a tocar e ele dançou sozinho, senti um estalido. Sobrou-me a pele, Plim-plim.

Haddock disse...

só vejo um quadrado branco...
acho que condiz com a legenda.

[pobre de mim, mas sempre achei que qualquer um pode ser surrealista desde que saiba brincar com as palavras e construir frases estrambólicas na expectativa de alguém se divertir a fazer a "sua" interpretação do (verdadeiramente nulo) significado.]

[... que vá ao mercado comprar cebolas quando despertar a convulsão ao anúncio do carteiro.]

rosa disse...

[só um branco... acho que condiz
que com quadrado branco... acho vejo
vejo legenda. branco... acho que com
condiz a que branco... acho legenda.
só um branco... acho com a
a branco... acho condiz quadrado só]

Poeminha Dada sobre as vicissitudes da Net e a vontade de atirar cebolas ao carteiro.

;)