Alguém há-de saber de tanto fôlego junto. Basta a mão direita para quebrar a água misteriosamente, a mão para devolver-me á fonte. Não é preciso que seja raiada, essa pessoa Leve e potente, só que finque no meio da dança um pau em brasa com a floração: quero que me pare, que me abra. que use a chave da minha obscuridade. Antes de me terem chamado com água dentro da pedra, gosto amargo, unhas e dentes. A seda com que teci a malha entre pedaços humanos: membros criando um espaço, respiradouros, anéis rudes nas cabeças, uma beleza viva. Alguém há-de tocar-me com um dedo, alguém há-de pôr-me um selo.
H.H.
6 comentários:
Não consigo deixar de me ver nas palavras dele.
E danço sozinha.
Vejo que ainda tenho muito para descobrir em Herberto Helder...
;)
acho que nunca dançamos sozinhos : só se dança com a alma dentro.
[: alguém]
Ele é uma devastação inteligente com malmequeres fabulosos e ouro por cima, Menina de papel.
:)
Estava a ver este filme muito serenamente, com algum interesse, quando a música começou a tocar e ele dançou sozinho, senti um estalido. Sobrou-me a pele, Plim-plim.
só vejo um quadrado branco...
acho que condiz com a legenda.
[pobre de mim, mas sempre achei que qualquer um pode ser surrealista desde que saiba brincar com as palavras e construir frases estrambólicas na expectativa de alguém se divertir a fazer a "sua" interpretação do (verdadeiramente nulo) significado.]
[... que vá ao mercado comprar cebolas quando despertar a convulsão ao anúncio do carteiro.]
[só um branco... acho que condiz
que com quadrado branco... acho vejo
vejo legenda. branco... acho que com
condiz a que branco... acho legenda.
só um branco... acho com a
a branco... acho condiz quadrado só]
Poeminha Dada sobre as vicissitudes da Net e a vontade de atirar cebolas ao carteiro.
;)
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