2 de dezembro de 2011

The Pan Within


Pesa tanto uma estrela
quando se acorda nas salas negras abertas de par em par,
e as mãos agarram um ramo de cabelos dolorosos,
e sobre a boca um lírio em brasa,
branco, branco,
que não nos deixa respirar.

A lepra na boca,
que não nos deixa respirar.

Um ramo de lepra contra o corpo,
como isto então só o movimento de águas obscuras
pelos canais de um canto,
como um palácio de salas negras abertas
para sempre.

Este animal respira como um espelho de pé,
no ar,
no ar.

Herberto Helder



10 comentários:

p disse...

e pode querer-se [mesmo] nunca mais
: ser-se inverno
*

rosa disse...

Não conhecia ainda "invernos" quando ouvia esta música.

:)

observatory disse...

rosa rosa

beijo

c.

rosa disse...

No ar, no ar, C. há um cheiro a revolta.

:)

tostamista disse...

E eu gostei muito da que está em repeat mode, do Sôr Bradley.
A minha em repeat mode actualmente é esta:

http://www.youtube.com/watch?v=64Mj2r79Ze8

Boa noitzzze.

rosa disse...

(?!?!)


Boa noitzeeee.

rosa disse...

É assustador... Eu teria pesadelos.

Por coincidência, descobri o Sôr Bradley num filme de nome Handsome Harry.

http://offtherecordblog.blogspot.com/2011/02/charles-bradley-feat-menahan-street.html

Se viesses cá mais vezes...

tostamista disse...

Harry is the man!

tostamista disse...

E sim, o teu blog é um poço de sabedoria! Às vezes, falta-me é força para puxar o balde.

rosa disse...

Balde??? Isto aqui está sempre um brinco.