26 de setembro de 2007

Reciting the Airships



No jardim da casa do mar. Ela espera. Avança e logo pára. Ela não pára nunca. Ela embate contra os muros metálicos do jardim. Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até ao princípio do caminho e depois recomeça. Avança na direcção da casa. Ela escuta. Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar. Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ela inventa. As mulheres olham-na. Esperam. Elas vêm os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca. Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver. O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça.

Olga Roriz

24 de setembro de 2007

Honey Honey



Honey honey up in the trees
Fields of flowers deep in his dreams
Lead them out to sea by the east
Honey honey food for the bees

Honey honey out on the sea
In the doldrums thinking of me
Me on dry land thinking of he
Honey honey not next to me

Even if he wanted to
Even if he wanted to
Even if he wanted to
Do you think he'd come back
Would he come back

Oh no..

Honey honey out on the sea
In the doldrums waiting for me
Me in my boat searching for he
Honey honey food for the bees

Sea Lion Woman




Sea lion...

Sea lion woman
She drink coffee
She drink tea
And a rooster crows

Sea lion woman
She drink coffee
She drink tea
And a rooster crows

Sea lion woman
Dressed in the blue
Call on the man
And hope he knows what he can do

Sea lion woman
Dressed in red
Smile at the man
When you wake up in his bed

Sea lion woman....

18 de setembro de 2007

Damien Rice - Volcano



What I am to you is not real
What I am to you you do not need
What I am to you is not what you mean to me
You give me miles and miles of mountains
And I'll ask for the sea
Is just what I'm going through
This is nothing new
No no just another phase of finding what I really need
Is what makes me bleed
And like a new disease she's still too young to treat
Like a distant tree
Volcanoes melt me down
She's still too young
I kissed your mouth
You do not need me

Damien Rice - 9 Crimes



Há pequenas coisas que atiçam o amor
Que nos dão um grande desejo de amar
Uma enorme ânsia de sofrer

de Luis Rodrigues

4 de setembro de 2007

Horseheadedfleshwizard




"Chegaste. Eu não te esperava. Contigo trouxeste a ternura, o desejo e, mais tarde, o medo. Chegaste e eu não conhecia essa ternura, esse desejo. Em casa, no meu quarto, neste quarto, revi os teus olhos na memória, a ternura, o desejo. E, depois, aquilo que eu sabia, o medo. E passou tempo. Eu e tu sentimos esse tempo a passar mas, quando nos encontrámos de novo, soubemos que não nos tínhamos separado"

José Luis Peixoto; excerto de "Capricórnio a seus Pés",


Seahorse



(...)
Sentados sobre as camas de ferro dos seus quartos, lembraram-se:
encontrámo-nos. Naquele dia, perante a imagem verdadeira um do outro, sentiram: encontramo-nos.
No rosto dele, a esperança. No rosto dela, mais do que a esperança. Encontramo-nos. Encontrámo-nos. Encontraram-se. Foi ele que caminhou a distância pequena que ainda os separava. Foi ele que estendeu os braços. Ela baixou o olhar entre o seu corpo imóvel e a terra. Os braços dele sem uso. As palavras formaram-se dentro dela. As palavras aproximaram-se dos seus lábios. No silêncio, entre os seus rostos, as palavras existiram e foram um eclipse. (...)

José Luis Peixoto; excerto de "Ao Adormecermos Eternamente",