30 de janeiro de 2014

Dopamina ou Há violinos nos meus arrepios

Viciada em música, e já lá vamos, que sou, dou por mim a ter arrepios quando oiço algumas músicas, um arrepio no pescoço ou/e na coluna vertebral, só não se arrepiam os pelos dos braços porque não os tenho. Tento disfarçar o arrepio porque o interpreto como sinal de fragilidade. Quando sentia o “arrepio”, usava, consumia a música até à exaustão, agora, oiço-a com moderação, esporadicamente, não vá a dita perder a validade.
Dei por mim a ouvir uma música, que considerava um pouco pirosa, eis surge o arrepio, isso levou-me a tentar perceber o que provoca os arrepios, posso dizer que tenho alguns preconceitos musicais, são os únicos preconceitos que tenho, não quero sentir tais coisas com musiquetas.
Viciada em música que sou, fui procurar respostas, deitei mãos à obra, perdão, dedos ao Google. A culpada é uma tal de dopamina, um neurotransmissor, associada ao sexo, comida e drogas. Sinto o arrepio quando antecipo o que vou ouvir, (se já conheço a melodia) quando passa aquele pedacinho de música que me emociona e confirma a minha expectativa, ou se sou surpreendida por uma determinada sequência de notas, é nesse momento que o meu cérebro liberta uma grande quantidade de dopamina responsável pelos arrepios, uma recompensa do cérebro, perfeitamente biológica, sempre que queremos repetir uma acção que nos causa prazer, tal como a comida ou sexo ou drogas, mas agora também associada ao intelecto.
Não são, também, todas as pessoas que sentem estes arrepios regularmente quando ouvem música, 8% das pessoas nunca sentiram arrepios. De acordo com estudos, pessoas propensas a novas experiências são as que mais padecem destes sintomas.
Que a música é importante, quase como uma droga, que não posso passar sem consumir diariamente, percebo, o não consegui perceber foi, a música que até considero, preconceituosamente, menor ter-me causado arrepios.