25 de dezembro de 2008

Daylight and the Sun


Reflorir, sempre


Não é já de Natal esta poesia.
E, se a teus pés deponho algo que encerra
e não algo que cria,
é porque em ti confio: como a terra,
por sobre ti os anos passarão,
a mesma serás sempre, e o coração,
como esse interior da terra nunca visto,
a primavera eterna de que existo,
o reflorir de sempre, o dia a dia,
o novo tempo e os outros que hão-de vir.
                                                                Jorge de Sena


 


 

14 de dezembro de 2008

9 de dezembro de 2008

Confidencial



Se ao menos fizesse sentido dançar-te até que os sapatos fujam dos pés e se 1+1+1+1 pudesse fazer esquecer o vazio ao voltar a casa.
gostava de poder não saber, mas o crime é ser bela, etérea, efémera mas tão carnal. uma triste sílfide num baile de máscaras com pose de cavalo onde o amor não passa de uma protse, de um faqueiro incompleto, de um fundo falso, um olhar sádico, o mundo ao contrário, o sangue a explodir...
talvez reinventar a nudez arrume a casa e as pessoas da nossa vida.
contrariamente ao contrário ninguém lhe dá o seu próprio prazer.
agora a dor da paixão... da tesão... de um não... da solidão... está demasiado tensa, fechada no quarto das visitas, dentro do armário da cinderela como uma natureza morta.
e o amor é uma casa em construção que, mesmo na primavera, quando o vazio e o silêncio pesa, as flores voltam a nascer.
ai! se as couves, os grelos e outros vegetais soubessem que quanto mais me tento esconder mais visível me torno, mas é tão fascinante a mentira quanto a verdade que contém.
como se o país das maravilhas fosse uma natureza forçada. e a rotina diária uma espécie de horizontalidade em vertigem, uma queda em suspensão...

Olga Roriz





4 de dezembro de 2008

Involuntary


And when the phone has lost it's bell
And the doorbell has lost it's sound
You're only hearing your heart pound
It's involuntary






3 de dezembro de 2008

Shadow Magnet



A minha cabeça dispara.
Vontades.
Tenho que refrear. Refrear sempre.
Não sentir.