25 de abril de 2010

Catarina Eufémia




Açorda à Alentejana
do Livro: Cozinha Tradicional Portuguesa
Editorial Verbo

Ingredientes:
Para 4 pessoas

1 bom molho de coentros (ou um molho pequeno de poejos ou uma mistura das duas ervas
2 a 4 dentes de alho
1 colher de sopa bem cheia de sal grosso
4 colheres de sopa de azeite
1,5 litro de água a ferver
400 grs de pão caseiro (duro)
4 ovos

Confecção:

Pisam-se num almofariz, reduzindo-os a papa, os coentros (ou os poejos) com os dentes de alho, a que se retirou o grelo, e o sal grosso.
Deita-se esta papa na terrina ou numa tigela de meia cozinha, que neste caso fará ofícios de terrina.
Rega-se com o azeite e escalda-se com a água a ferver, onde previamente se escalfaram os ovos (de onde se retiraram).
Mexe-se a açorda com uma fatia de pão grande, com que se prova a sopa.
A esta sopa dá-se o nome de sopa «azeiteira» ou «sopa mestra».
Introduz-se então no caldo o pão, que foi ou não cortado em fatias ou em cubos com uma faca, ou partido à mão, conforme o gosto.
Depois, tapa-se ou não a açorda, pois uns gostam dela mole e outros apreciam as suas sopas duras.
Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina, também conforme o gosto.
*A açorda é, fora do Alentejo, o prato mais conhecido da culinária alentejana.
Vai à mesa do pobre e do rico e raro é o dia que não constitui o almoço do trabalhador rural.
Tem muitas variantes, mais influenciadas pela mudança de estações do que, como é regra em cozinha trdicionais, de terra para terra.
É sempre um caldo quente e transparente, aromatizado com coentros ou poejos, ou os dois, alhos pisados com sal grosso e condimentado com azeite.
Dão-lhe consistência fatias ou bocados de pão de trigo, de preferência caseiro e duro.
Acompanha-se geralmente com ovos escalfados, que também podem ser cozidos, e azeitonas.
Muitas vezes, na água utilizada já se cozeu uma posta de pescada ou de bacalhau.
Também pode ser acompanhada com sardinhas assadas ou fritas e, no Outono, é muitas vezes enriquecida com tiras finas de pimento verde, que se escaldam com a água ao mesmo tempo que as ervas, e acompanhada com figos maduros ou um cacho de uvas brancas de mesa.




4 comentários:

rosa disse...

Uma singela homenagem ao 25 de Abril.

Não que tenha memórias dos tempos antes do 25 de abril, mas sei bem da sua importancia para a nossa nação e democracia. Coisa um bocado esquecida nesta geraçao de papa-playstations-morangos-com-açucar-universitários-com-bmw-estacionados-à-porta-das universidades-privadas-e-que-não-sabem(sequer)-quem-é-o-Sá-Carneiro!!
Por estes dias ando com vontade de ser grega e partir qualquer coisinha. Até podia ser devagarinho...
Este deve ser o meu repasto logo à noite, se o meu companheiro-camarada me acompanhar, ele é mais carneeeeeee...

Zorze Zorzinelis disse...

Já domino esta receita como o Pro Evolution Soccer para a PS2!!!

p disse...

só um acrescento à receita: ainda há a versão sem ovos (a dos mais pobres), substituidos por batata cozida e as ervas por beldroegas. depois deu origem a outra sopa distinta, mas havia muita gente a comê-la assim com pão.

se houve coisa que todos os regimes pós-ditadura falharam foi no ensino do uso da liberdade nas gerações seguintes. quando ela existe parece não haver necessidade para a reconhecer como um valor e um bem cívico a preservar.

observatory disse...

reita eufemia ?

conta-me esta