25 de abril de 2008

Vampiros



A palavra

A palavra gatinha
Sem nada por cima
A palavra rompe
investe
perfura
Comprida a palavra perde-se
Em redor da mesa reveste-se organiza-se
A palavra precisa de ternura

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"Curioso é que nós passamos 40 ou 50 anos de uma vida a fazer determinadas coisas e um dia mais ou menos de repente, sem que renunciemos a nada do que fizemos, apercebemo-nos de que tudo deveria ter sido diferente.
É apenas uma vaga sensação que se instala, sem que saibamos defini-la muito bem.
No fundo sou muito mais contraditório e supersticioso do que quis admitir ao longo dos anos."

"Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.

"Não me arrependo de nada do que fiz. Mais: eu sou aquilo que fiz. Embora com reservas acreditava o suficiente no que estava a fazer, e isso é o que fica. Quando as pessoas param há como que um pacto implícito com o inimigo, tanto no campo político como no campo estético e cultural. E, por vezes, o inimigo somos nós próprios, a nossa própria consciência e os alibis de que nos servimos para justificar a modorra e o abandono dos campos de luta."

" Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for."




3 comentários:

Anónimo disse...

é impossivel dizer mais qualquer coisa sobre este homem. é grande.

demasiado.

a musica arrepia-me a alma.

Anónimo disse...

era muito pequena quando ouvia esta música na rádio... 4, 5 anos.

assustava-me, pensava que falava de canibais ou monstros semelhantes.

ninguem lé em casa me explicava quem eram os verdadeiros comilões.

facçoes opostas.

vá lá... não me contaram a historia que os vermelhos comiam criancinhas ao pequeno almoço.

"olhe que não, olhe que não..." responderia eu com prontidão.

Anónimo disse...

facções opostas? e deixavam o zeca a cantarolar pela casa toda?

muito liberais! no minímo!

(roo as unhas desde que me lembro... por vezes paro, quando oiço música descansadamente...)

que é o que vou fazer agora...
não te maço mais...