21 de janeiro de 2009

Fósforo

Hoje não há música, poemas ou fotos delico-doces, apenas o que me passou pela cabeça ao ouvir um comunicado num noticiário nacional, Israel pretende terminar os ataques à Palestina depois de 1300 mortos.

Vejo imagens de pessoas em andrajos, no meio de destroços, casas partidas ao meio, pessoas que perderam familiares, pessoas sem assistência médica, sem bens de 1ª necessidade.

Do lado Israelense morreram 10 militares e três civis.

Um homem festeja, ainda não percebi bem o quê, num quase recorde de 10 bailes de gala, com elegância e muito charme.

Festeja a esperança e mudança?
Não vi nada ainda.

Há sete anos várias pessoas estão encarceradas e sentenciadas em Guantanamo.
Por, dizem, actos de terrorismo contra o ocidente.

Já anteriormente tinha dito que não acredito na retaliação, mas por acaso já me explodiram alguém próximo, o meu amor, uma das minhas manas?

Tive alguém da minha família sem medicamentos, água, casa ou a própria liberdade?

Não sei nada disso, não sei se me vestiria de explosivos se me cortassem a vida.
Não sei viver sem os que amo.

13 comentários:

L disse...

Não aplaudo porque não é de aplaudir.

Está muito bem escrito de tal maneira que me bateu com imensa força, mas não é isso que interessa.

Podia calar-me, mas como tu não me devo calar.

Resta-me a esperança as injustiças se ouçam mais alto, e por fim acabem. Por mais cedo que seja, será já tarde para muitos.

ze disse...

HOPE

rosa disse...

de ti não esperaria outra coisa.

:)

hoje compreendi melhor o que li há dias sobre o mundo meter nojo.

mas repara, não concordo as retaliações, apenas consigo compreender e pergunto-me o que faria se passasse pelas mesma situações. inconcebíveis.

por vezes faço um "exercício", olho em meu redor conto as pessoas que me rodeiam e imagino que de repende o mesmo número de pessoas (e o número é sempre maior) desaparece. algures numa mesquita, mercado, rua...

é estranho para mim.

rosa disse...

هوب

casa de passe disse...

estou velho e não sou inteligente, talvez por isso nunca percebi quem tem razão nestas coisas. talvez haja quem saiba. mas será que esses dizem a verdade?


Ernesto, o avô

rosa disse...

"A verdade é que não há verdade."

Pablo Neruda

ze disse...

Um homem sozinho não faz nada, mas não percebo porque não festejar um dia raro, em que alguem sensivel, justo e inteligente, tem acesso a algum poder de ocasionalmente interferir nalguns acontecimentos.
Acredito sim mais no Mundo Novo porque ele tambem acedita mais em si.
Parece que as memórias frescas são mais fáceis de digerir e provocar mudança de atitude do que outras que já são herdadas nos genes e refinadas todos os dias de cada vida por tudo que os rodeia, sagrado e profano.

1entre1000's disse...

GLUP!
(e eu sei que engolir em seco não resolve, mas este texto é uma bofetada e das "boas")

Haddock disse...

eu sempre prometi que não me metia "nisto" por "aqui"...
e não meto! faz-me mal às entranhas!!
e vomito ao ler textos que fazem da desgraça oportunidade (pseudo) poética e que só servem os umbigos frívolos dos seus escritores, sedentos de esmolas engasgadas de admiração pela beleza dos advérbios inesperados à circunstância.

(enfim, só me meti pela singeleza do que li aqui.)

Unknown disse...

pois...

estar onde estao os que amas...

gostei

rosa disse...

senta-te "aí" e troca-me "isso" por miúdos, ó haddock.


é fundamental, césar.

Amélia disse...

leio e releio estas palavras há já uns quantos dias... e de cada vez que o faço, "porra" que me fica a arder a garganta! ou os olhos, sei lá...

eu, na minha insensatez e estupidez, desligo-me de tudo...

abraços.

rosa disse...

são escolhas que fazemos, amélia.

abraços.