22 de fevereiro de 2009

Mediadora da palavra




Onde não começa o sopro
no côncavo da língua muda
o peso da sombra entre ruínas,
falha que nunca coincide.
Silêncio do incontível,
como recusar a veemência
desta cegueira?
Antes da fuga
Das formas, no sem fundo
Inabitável. Artérias vivas,
estrelas, relâmpagos,
jorrarão da obscuridade vermelha?
E as palavras serão o espaço
Do grito, o espaço de nada, o espaço
do espaço,
a obscura dor da terra?


                                                     António Ramos Rosa


 


6 comentários:

rosa disse...

o sopro desta cegueira?

o grito,
a obscura dor da terra?

Haddock disse...

pronto, é oficial: vou suicidar-me. suavemente...

Bandida disse...

"a obscura dor da terra." sim. como só ele sabe.

a música é absolutamente fantástica.


abraço grande

rosa disse...

Bandida, o albúm chama-se "Docile", são todas tão bonitas que é impossivel escolher uma.

Haddock, deixa-te de fitas, levanta-te já do chão!

Abraços aos dois.

imo disse...

deixo-te uma mão de neve:

http://www.youtube.com/watch?v=DrQRS40OKNE

fica bem, rosa dos ventos.

rosa disse...

linda, linda!


ficaria melhor com a tua precença mais assidua.

tenho saudades das tuas palavras e músicas.

beijo, menina de papel.