24 de maio de 2007

Postcard Blues - Cowboy Junkies




o silêncio tem a espessura das papoulas murchas
e os objectos parecem aproximar-se do sono
inclinam-se para o lado onde se situam os moinhos as ermidas os bos-
ques diluídos
o nítido ladrar dos cães
que horas serão para lá desta fotografia?

com uma grande angular circundo o mosteiro ao morrer do dia
perto dos jardins cheira a laranjas orvalhadas em tua respiração
tenho uma iluminação de astros rebentando do arco-íris da noite
quando abro o diafragma todo para as linhas oblíquas do rosto em
telha quase rubra

o dia desaguou ao fundo das ruas desertas
apresso o passo debaixo do voo das aves
recolho o olhar
onde um fauno vem beber a nocturna nudez das aves

Al Berto

4 comentários:

Anónimo disse...

já não ouvia estes coisinhos há que tempos... gostei, gostei!

Anónimo disse...

A musica..o Al Berto...mais uma vez por aqui passei e fiquei...olhando...ouvindo...................ufa ufa...
bem...vou...até...

bjs

R.

Anónimo disse...

um poema,
a melhor forma da solidão.

Anónimo disse...

E uma mina a toa
Que tinha um baita som pra ouvir
Mas nao sei por que, ouvia os vizinhos*
Um dia agradeceu
Aos baseados e aos vinhos
Que um dia lhe sopraram
Que a musica era boa
Que ouvisse um blues à toa
Que deitasse e espairasse
Que ao menos bocejasse
E que se quiser se mandasse.
E essa mina à toa
pegou e se mandou
aprendeu a tocar gaita
e deu um beijo num blueseiro
e depois no travesseiro.
Se acordou e trabalhou
Gerou capital e acabou.
Bateu o ponto e se mandou.
Foi no shopping com o ultimo suspiro
E com o cartao de credito na mão
Gritou para a moça do balcão
"É débito", com orgulho
ela riu e se expirou.

*Os vizinhos só querem meu bem
E me dizem querida
Se queres ser feliz
Minta
Minta muito até conseguir o que precisa.
Esse é o ensinamento que nos dão a nós, garotas.