20 de março de 2009

Rising Clouds



Equação luminosa

Tirei ao ar um pedaço de luz. Abri
a caixa da estrofe e meti-o lá dentro. Depois,
despejei as palavras do poema para o
meio da luz, agitei a caixa, e vi
o brilho das vogais derramar-se pelas
consoantes, as sílabas soltarem
súbitas cintilações, ecos de lume
abafarem a sombra das consoantes.

Quando acabei, pus o caderno aberto
sobre a mesa, abri a caixa, deitei o
que lá estava sobre o papel e fiquei com
um poema luminoso nas mãos.

Nuno Júdice

3 comentários:

rosa disse...

um pedaço de luz
ecos de lume
nas mãos.


os dias claros e luminosos chegaram.

Haddock disse...

e veio-me à saudosa memória um tempo em que experimentei ser dadaísta.
o poema (em quadrinhas) resultou muito pouco luminoso, mas a culpa não foi minha...

observatory disse...

este nuno é um ponto



para fazer tudo nao preciso de tanto

bastam-me os dedos
e o sorriso

a primavera nasce :)

bom verão