12 de março de 2009

Song For A Lover Of Long Ago

(...)
Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com caracter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana
Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado
Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo
(...)
Daniel Filipe

12 comentários:

rosa disse...

tenho nos braços flores e amores.

para ti.

observatory disse...

manisfestaçao de afecto bem linda

ha por aí alguem com sorte :)

pois...

vinha tentar ver o livro que a tua pintou. quem sabe me inspiro nele ;)

observatory disse...

coisa linda

gosto destas imagens

Arábica disse...

Porque terão os seres tanta necessidade de laços
e depois de inventarem o amor
procurem no rasto do outro
o cheiro da própria pele?

Ficas bem assim com os braços.

:)

ze disse...

Quem fez a musica, fê-lo bem.
Quem a interpretou,

tão bem como sabe e pode.

a mais não é obrigado.
fê-lo muito bem no entanto.

mas não invejo

eu quero domestiscar um piano.....

fazê-lo pai
melhor amigo(a)
confidente
paixão

o que quer que venha a querer
ou necessitar

e não me resigno

antes a morte
que é o que menos quero
em penúltimo lugar

rosa disse...

não queiras domestica-lo então, deixa que seja o contrário.

quem sabe que relação virtuosa resultará.

;)

um bom dia para ti, madrugador. lol

Arábica disse...

Os pianos não se domesticam.


Vivem num plano diferente.

Deixam-se tocar, mas nunca se deixarão possuir :)

Ainda assim, convocam a paixão :)

rosa disse...

exactly.

ze disse...

vocês dizem isso porque nunca conheceram nenhum domador de pianos.

se bem que se me domar ele a mim,
até prefiro!

Haddock disse...

e depois, estranhamente, lembrei-me do filme
"intimacy" de patrice chéreau... (romance de hanif kureishi)

o imperativo, aí...??


bonito...

rosa disse...

bem lembrado.

tu sabes, que eu sei, que tu sabes, que sei, que gosto à brava desse filme.

aqui, aonde?

deverei ler o livro?

Haddock disse...

"aí" de lá.
eu li o livro (é fininho, tájabêre...) e gostei. fez-me ver o filme, que só o engrandece!!

mas deve ser interessante fazer o processo ao contrário e à distância...